ENERGIA QUE MATA - MENTE Reflexiva

ENERGIA QUE MATA

Editorial
ARTIGO- ENERGIA QUE MATA


Os fantasmas de Hiroshima, Nagasaki e agora Fukushima, acrescidos de mais um ou como querem os preciosistas, uma Tsunami, fazem do Japão um lugar maravilhosamente perigoso para a vida. Maravilhoso pelas belezas, pela cultura e pelos seus inúmeros valores de povo e território. Mas o Japão é, até agora, a maior vítima da energia nuclear. Chernobyl e Three Miles Island fizeram menos vítimas. Quem sofreu as duas únicas bombas até gora lançadas sobre civis inocentes foi o Japão. E quem lançou foram os civilizados norte-americanos em resposta ao que consideravam guerra selvagem iniciada pelo Japão.


História à parte e leituras unilaterais à parte, em tempos de ecologia lembremos as águas que varrem cidades inteiras, as bombas que fazem o mesmo e, de um lado, a forças da natureza, de outro o engenho humano capaz de produzir destruição até pior do que tsunamis.

Quem tinha alguma dúvida já percebeu até onde vão os lobbies da energia pro-fósseis, pró-nuclear, ou pró-qualquer-coisa-que dê lucro. Se por um lado serve a milhões, por outro rende bilhões. A ciência inventa e os lobbistas empurram.

Garantiram que nunca mais haveria desastres nucleares. Estava tudo nos conformes. Agora vemos que o moderníssimo Japão, rico e avançado não tinha as garantias contra terremotos ou tsunamis. Então a energia nuclear não é segura! Então, pode haver o espectro de milhões de pessoas terem que se deslocar por décadas de seu território como aconteceu em Chernobyl! Então pode haver radiação mortal que atingirá milhões de pessoas!

Penso em Angra, aquela usina que não começou nem terminou, perto do mar e perto de enorme população; penso nos morros que deslizaram lá e, quando ouço as garantias dos cientistas e políticos de que nunca haveria coisa semelhante entre nós volto a pensar em Nagasaki e Hiroshima, Three Miles Island, Chernobyl e agora, Fukushima. Temos tecnologia e dinheiro para evitar aquelas catástrofes? Todo mundo sabe que não temos. Então fale o lobby deles e falem do lado de cá os ecologistas que de bobos não têm nada. Os fatos parecem nos dar razão! Entre uma enchente que em poucos meses a gente enfrenta e uma explosão ou vazamento nuclear, além do seu lixo, que levará séculos para se sanar os brasileiros votariam no quê?


Um plebiscito resolveria o assunto. Mas plebiscito é que nunca haverá! É muito dinheiro e muito interesse em jogo! A criação, segundo Paulo aos Romanos ( 8,22) sofre desde o começo as dores de parto. Mas agora, em tempos de aborto permitido, inventaram um fórceps chamado “lobby”. De um jeito ou de outro arrancarão a permissão para as novas usinas. O dinheiro desafia qualquer democracia.


Fonte: José Fernandes de Oliveira (Padre Zezinho scj)

Sacerdote católico, educador e pregador

Dehoniano, missionário

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