
O amor e suas diversas formas
O amor é um sentimento arrebatador, que nos faz mover montanhas para ficar perto do outro e está presente em diversas relações: na vida do casal, de pai para filho, entre os amigos e muito mais
Diz o ditado que amor é um idioma universal. E o sábio estava certo: dos países desenvolvidos às tribos aborígenes, quase todas das cerca de seis mil línguas catalogadas encontraram alguma forma de traduzir a palavra.
E a palavra amor é tão antiga quanto a própria humanidade. Os primeiros registros de poesias românticas são datados do Egito antigo, cerca de três mil anos atrás, quando os escribas egípcios escreviam textos comparando os amados - e seus corpos - aos prazeres de comidas afrodisíacas.
O fato de o conceito ter sido formulado há tanto tempo, em um país cujo conhecimento se espalhou para o mundo inteiro, fez com que a palavra "amor" nascesse em idomas e lugares diferentes.
Em português, por exemplo, "amor" vem do latim "amare", ou ainda, "amor", com a mesma grafia, segundo o dicionário Priberam. Já no inglês, "love" se originou de pelo menos duas outras palavras: "lufu", do inglês antigo, e "lubo", do germânico.
Mas a gramática é apenas uma das formas de representar o amor. Desde que os homens começaram
Eros, o Cupido
Eros era considerado pelo povo grego o Deus do amor. Já os romanos o chamavam de Cupido (uma espécie de anjo, com asas, mas nem de longe tão romântico quanto poderia parecer). Segundo o poeta grego Hesíodo, em sua obra Teogonia, Eros descendia de Caos, uma divindade primordial, e era considerado uma energia positiva, capaz de unificar tudo o que estava separado.
Com o passar dos anos, Eros tornou-se um integrante do Olimpo, o espaço onde ficavam todos os deuses gregos. Nascido da combinação entre Afrodite e Zeus, ele era dono de uma beleza fora do comum e atendia aos desehos de Afrodite, sempre pronto a disparar suas flechas do amor contra mortais e imortais, conforme determinações da sua mãe.
Eros sempre aparece nas imagens como um garoto com asas, de cabelos louros e aparência inocente. Ele é retratado como um jovem que não cresceu, o que pode simbolizar a juventude eterna do amor profundo. Ele aparece também com um arco e flecha e está sempre pronto a atingir as pessoas de forma certeira com suas flechas cheias de amor e paixão para fisgar os outros. Os alvos de Eros sempre estão na região do coração e do fígado.
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Eros, o cupido é retratado sempre como um garotinho inocente e que nunca cresce
Eros e Psiquê
A conhecida história da mitologia grega, Eros e Psiquê, é uma das mais bonitas de amor. Apesar de se casar com a amada, ele a proíbe de ver seu rosto para não ser visto nem amado como uma divinidade, mas sim como um mortal.
Certo dia, Psiquê aproveitou que seu amado dormia e acabou vendo seu rosto escondido. Ela ficou tão encantada com a beleza de Eros que o queimou com cera de vela. O deus, então, abandonou seu grande amor em retaliação.
Em algumas versões da história, Psiquê fica sem rumo. Em outras, ela chega a ser castigada por Afrodite, mãe de Eros, por não se conformar com a paixão do seu filho. Eros se arrepende, e implora a misericórdia de Zeus pela mulher, que torna Psiquê imortal, unindo o casal apaixonado.
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Na história de Eros e Psique, o rapaz não deixa sua amada ver seu rosto
Afrodite, a deusa do amor
Afrodite, mãe de Eros, é a deusa grega do amor, da beleza e da sexualidade. Ela foi responsável pela vida eterna, prazer e alegria.
Historiadores especulam que o culto à sua imagem na Grécia Antiga foi importado da Ásia, influenciado pelo culto de Astarte e Ishtar, também deusas do amor. Já na era romana, Afrodite tornou-se a influência e deu origem à sua equivalente romana, a deusa Vênus.
A deusa do amor nasceu na ilha de Chipre, mas na história existem duas versões para seu
nascimento.
Segundo a versão de Hesíodo, Afrodite nasceu de uma forma, no mínimo, incomum: após Cronos cortar os órgãos sexuais de Urano (seu pai) e jogá-los no mar, uma espuma branca formou-se em volta deles. Dela, nasceu Afrodite.
Já para Homero, na versão mais difundida, Afrodite era filha de Zeus (Deus dos deuses) e Dione (deusa da ninfas).
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Afrodite, mãe de Eros, é conhecida como a deusa do amor
Apesar de Afrodite ter se casado com Hefesto (deus do fogo), ela teve inúmeros amantes, entre eles deuses e homens mortais. Entre todas suas grande aventuras, vários filhos foram gerados.
Entre eles estão Ares (deus da Guerra), Eros (o Cupido), Anteros, Deimos, Fobos, Harmonia, Adrestia, Himeros e Pothos. Já com Hermes, o deus mensageiro, ela gerou o deus Hermafrodito (mistura dos nomes dos pais). Além da beleza dos pais, ele tinha como característica os órgãos sexuais masculino e feminino.
A bela também gerou Himeneu (deus do casamento), fruto de sua aventura com Apolo. Com Dionísio, Deus do prazer, das festas e do vinho, Afrodite gerou Príapo, o deus da felicidade, que tinha grandes genitálias.
Afrodite também teve um filho do mortal Anquises, que recebeu o nome de Enéias. Ele foi um herói da Guerra de Tróia e seduziu mortais como Adónis, Faetonte e Cíniras.
Apesar de ser conhecida como a deusa do amor, mas era muito vingativa e não tinha piedade de seus inimigos. Afrodite acumulou muitos rivais, como as deusas Hera e Atena. As brigas com as duas deu origem à Guerra de Tróia.
Vários artistas (pintores e escritores), já na época da Renascimento, retrataram Afrodite. Uma das obras mais famosas é de Sandro Botticelli, “O nascimento de Vênus”.
Homosexualidade
No último século, o conceito de amor se ampliou na sociedade. Se antes ele se resumia ao relacionamento entre homem e mulher, agora tem diversas faces diferentes - como a homossexualidade.
O tema ganhou bastante notoreidade no Brasil a partir do momento em que diversas novelas da televisão aberta decidiram abordar o assunto. Em julho, por exemplo, "Liberdade, liberdade", da emissora Globo, mostrou a primeira cena de sexo homossexual da TV nacional.
Mas, apesar do recente movimento social para os direitos de homossexuais serem reconhecidos, o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo não é algo novo.
O amor homossexual foi explorado na Grécia antiga por diversos autores da antiguidade clássica, como Platão. Nessa época, membros do mesmo sexo, tanto adultos quanto adolescentes, mantinham relação sexual íntima - conhecida como pederastia.
Os casamentos heterossexuais, da mesma maneira, eram arranjados de acordo com a idade dos casais. Homens na faixa dos 30 anos de idade acabavam se casando com garotas no início na adolescência. Já as relações homossexuais envolvendo mulheres na sociedade grega não são conhecidas com precisão.
A pederastria era conhecida como a relação entre dois homens no qual um era mais velho e outro, adolescente. Em Atenas, o mais velho era chamado de "erastes" e tinha o papel de educar e ser um exemplo para seu parceiro, conhecido como "eromenos".
Mesmo assim, uma parcela da sociedade (no Brasil e em outros países) não aceita a união entre pessoas do mesmo sexo, influenciada pelas religiões, que pregam a heterossexualidade.
Sua argumentação é baseada em trechos da Bíblia. Em Gênesis, está escrito que "Deus criou o sexo para ser feito apenas entre um homem e uma mulher, e apenas se forem casados".
Mas, apesar de desaprovar as relações homossexuais, ela diz oficialmente não apoiar a homofobia (preconceito contra homossexuais) ou o ódio por homossexuais.
Homofobia
Com as diversas opções sexuais que existem, apareceu o preconceito contra os homossexuais: a homofobia. Quem pratica esse ato desrespeita gays e lésbicas apenas por uma opção. Alguns casos de homofóbicos que batem em homossexuais nas ruas acabam aparecendo na mídia e o assunto vem sempre sendo abordado.
Pela lei, a homofobia é proibida no Brasil. Alguns artigos da Constituição de 1988 protegem essas pessoas, que fazem parte de uma minoria no país. O Estatuto da Criança e do Adolescente defende essas pessoas contra essa descriminação que, infelizmente é uma realidade
Para aqueles que cometem esse tipo de crime, as punições variam desde um aviso, até uma negação de permissão para que o intrator da lei continue atuando.
Pansexualidade
A ampliação do conceito de amor, porém, não se restringe ao sexo da pessoa. O gênero ao qual ela se considera perceber também influencia com quem vai se relacionar. Com isso, surgiu o pansexualidade.
O dicionário diz que a pansexualidade é uma "teoria cujos preceitos afirmam que todas as ações, pensamentos ou atividades psíquicas de um indivíduo estão fundamentadas na sexualidade ou no instinto sexual". Ou seja, a pansexualidade é caracterizada pela atração sexual ou amorosa entre pessoas, independentemente do sexo ou identidade de gênero.
Os pansexuais são capazes de sentir atração tanto por pessoas que se identificam como homem, mulher e até mesmo com pessoas se identificam como intersexo, terceiro gênero, andrógino, transexual ou qualquer uma das milhares identidades sexuais e de gênero que existe.
Bissexualidade
Já os bissexuais sentem atração por pelo menos dois gêneros e isso inclui todos os termos que não sejam uma monossexualidade.
Isso não significa que a pessoa tenha necessariamente atração por homens e mulheres, não inclui todos os gêneros não binários e nem sempre se refere a atrações simultâneas. É, frequentemente, usada como "termo guarda-chuva" para incluir outras não monossexualidades.
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O amor homossexual já existe desde os tempos da Grécia antiga
Poliamor
O poliamor é uma forma de relacionamento em que alguém ama pelo menos duas pessoas. Nessa relação, os envolvidos abrem mão da exclusividade. Para a psicanalista e escritora Regina Navarro Lins, o poliamor é uma tendência para o futuro próximo.
A ideia de um casamento aberto acabou se tornando mais comum nos anos 60 e 70 e foi uma consequência do surgimento da pílula anticoncepcional, que possibilitou o sexo apenas pelo prazer, e não só pela reprodução.
Segundo Regina, os relacionamentos atuais não atendem às necessidades de grande parte dos casais tradicionais. Para ela, isso acontece pois vivemos um "mito" do amor romântico, em que uma pessoa só tem desejo na outra.
Já na opinião do psicoterapeuta e autor Flávio Gikovate, a ideia de um casamento aberto não é uma relação cada vez mais comum entre os casais. "A infidelidade exclusivamente sexual continua não sendo interessante para a maioria das mulheres, de modo que muitas acabam se envolvendo sentimentalmente", opina.
Para muitos especialistas da psicologia, a sociedade brasileira passa por um momento de reflexão sobre as diferentes crenças e um processo de vencer tabus e preconceitos. A psicanalista Sandra Teixeira conta que, em seu consultório adolescentes, homens e mulheres revelam estar ligados afetivamente ou até mesmo apaixonados por mais de uma pessoa, mesmo assim, sentem-se na obrigação de optar por apenas uma dessas pessoas.
Segundo ela, esse conflito ainda existe e alguns parceiros aceitam, mas outros ainda não conseguem. "Nessa incerteza, o melhor caminho (para eles) é esconder", revela ela, que ainda conta que a liberdade sexual é mais permitida por parte dos homens.
A psicóloga e sexóloga Priscila Junqueira conta que o Poliamor existe desde a década de 30, mas nessa época o assunto não era tratado de maneira tão aberta como é hoje em dia. "O espaço e aceitação que o assunto vem ganhando proporcionam mais liberdade para que as pessoas assumam o Poliamor de maneira mais autêntica. Junqueira acredita que esse tipo de relacionamento vai crescer cada dia mai, já que possibilita que as pessoas reflitam sobre a sexualidade de maneira mais livre. "Dessa forma, a tendência é que aumente o número de adeptos. Afinal, muitas pessoas ainda não assumem pelo fato de terem medo de encarar algum tipo de pré conceito”, afirma ela.
Para a especialista, o Poliamor reforça a tese de que algumas pessoas possuem o desejo de variedade e capacidade de se envolver sexualmente e afetivamente com mais de um parceiro (a).
Dentro deste universo, há algumas modalidades, como: Triângulo Aberto, Triângulo Fechado, Grupo de 4 (onde duas pessoas se relacionam entre si e os demais com apenas um parceiro) e também um grupo de 4 pessoas ou mais em que todos se relacionam entre si. Geralmente, o Poliamor é adepto por pessoas que possuem autonomia e liberdade em relação à vida sexual e que acreditam que é possível amar mais de uma pessoa.
Ainda de acordo com a especialista, é importante esclarecer que há outros tipos de relações que acabam sendo confundidas com o Poliamor. A Poligamia, por exemplo, que é o casamento com mais de uma pessoa do mesmo gênero e o Relacionamento Aberto, que consiste em manter relações sexuais com outras pessoas além do parceiro fixo com pouco ou nenhum vínculo afetivo. Neste caso, o interesse pode ser totalmente sexual, seguindo princípios opostos ao do Poliamor.
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Para muitos, a ideia de amar duas pessoas ou mais não existe
O amor
Quantas poesias e músicas já não falaram de amor? Quantas noites em claro você já não passou por conta desse sentimento? E o que você faria por um grande amor? As respostas para essas perguntas são praticamente infinitas, mas apontam um caminho: esse tal amor está presente em todos os aspectos das nossas vidas.
Mas antes de entender tudo sobre amor, precisamos saber sobre os sentimentos, que é o que qualquer ser humano é capaz de sentir diante das situações. Por exemplo, medo, ciúmes, raiva, ódio, paixão, alegria, entre outros, inclusive o amor.
Segundo a coach de dida e carreira Ana Lisboa, para a filosofia, o amor se dá não só pelo objeto, mas também pela busca do que se falta ou pelo fato de ser preenchido um vazio. Então, amar significa buscar no outro a satisfação das carências emocionais e espirituais.
Quando se fala em amor, é comum pensarmos naquele sentimento que um homem e uma mulher - ou pessoas do mesmo sexo - sentem quando formam um casal, mas uma pessoa é capaz de amar diversas coisas na vida de diferentes formas e com intensidades distintas. Além disso, existem incontáveis tipos de sentimentos: amor entre seus familiares, amigos, pelo seu parceiro, por você mesmo e até algo impossível.
Uma pessoa pode ter um amor imensurável pelo seu animal de estimação, por um objeto, um lugar, uma profissão. Podemos amar qualquer coisa no mundo. Podemos amar muito ou pouco. Os mais intensos são capazes de até mesmo de dar a vida por aquilo que ama.
Fonte: undefined - iG https://www.ig.com.br/tudo-sobre/amor/
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